Carros híbridos ou elétricos, você ainda poderá ter um desses!
Não se trata de moda ou estilo, é uma tendência mundial. Em todos os setores a preocupação com a sustentabilidade é evidente. Não é para menos. Para a própria saúde e sobrevivência do homem é importante que se repense formas de produção e consumo. O setor automobilístico é um dos mais visados. Nas grandes cidades, a principal fonte de poluição do ar está nos escapamentos dos veículos.
Por Silvana Bezerra
Com o avanço de novas tecnologias e o Programa Rota 2030 que prega uma maior eficiência energética dos veículos, acredita-se que em duas décadas o uso da gasolina possa ser dispensado ou extremamente reduzido. O corte de IPI de veículos elétricos e a regulamentação de recarga elétrica pela Agência Nacional de Energia Elétrica são outros incentivos para o setor.
É fácil observar que os veículos híbridos e elétricos não só estão rodando, como já despertam o interesse do consumidor. No início de outubro, o Salão do Carro Elétrico reuniu modelos da Toyota, Lexus, Renault, Jac Motors e Caoa Chery.
Antes, nesse setor, sustentabilidade equivalia a alto luxo proporcionado por marcas como Lexus, Volvo, BMW e Porshe, entre outras, com preços que poderiam cruzar a marca do milhão (caso do Panamera Turbo S E-Hybrid). De acordo com pesquisa divulgada pela Nissan, 80% dos compradores na América Latina (incluindo o Brasil) teriam um elétrico/híbrido se o preço fosse compatível com o do carro tradicional, mas esse cenário está mudando. Os preços ainda não chegaram à categoria popular, porém, o que era uma miragem, já é visto como algo possível.
Os três tipos de elétricos
O veículo elétrico à bateria (VEB) é o que chamam de “elétrico puro”. A bateria armazenada pode ser carregada pela rede elétrica, como também pode ser substituída por outra carregada.
O veículo elétrico híbrido (VEH) é um meio-termo. Funciona com um sistema elétrico e outro à combustão. Eles trabalham em conjunto. O motor à combustão dá partida ao gerador que carrega a bateria e dá suporte quando há necessidade de maior torque ou potência. Esses veículos apresentam também a frenagem regenerativa. O atrito do disco do freio gera energia e recarrega a bateria. Isso explica o consumo menor na cidade, ao contrário do que ocorre com motores convencionais. Até 70 Km/h o veículo funciona com o motor elétrico. Acima disso, o motor à combustão entra em operação. Estima-se que a economia de combustível possa alcançar até 40%, dependendo do tipo de terreno, tráfego e forma de condução do veículo, entre outros fatores.
O terceiro tipo é o veículo elétrico híbrido plug-in (VEHP). Apesar de ser também um veículo híbrido, a recarga da bateria não depende só do motor à combustão. Ele pode ser conectado à rede elétrica para recarga. Essa é a única diferença, esses modelos funcionam como outros híbridos, alternando os dois sistemas.
O primeiro híbrido flex do mundo
A 12ª geração do Toyota Corolla, sedã mais vendido do mundo no seu segmento, chegou cheia de novidades. A maior delas é certamente a motorização flex. É o primeiro fabricado no mundo e o primeiro produzido no Brasil. Até aqui os híbridos usavam energia elétrica e gasolina.
A motorização híbrida flex é exclusividade da versão Altis Hybrid – topo de linha que conta ainda com sistemas de segurança ativa, o TSS (Toyota Sagety Sense).
Paula Heletéia – consultora da marca – explica: “O piloto automático adaptativo ‘corrige’ a velocidade registrada ao identificar um veículo com velocidade menor à sua frente. O farol adaptativo reduz sua intensidade no cruzamento com outro carro. O alerta sobre mudança de faixa emite um sinal sonoro sempre que isso ocorrer seja por uma ação voluntária ou não do motorista. A frenagem automática completa o pacote. Embora não seja um carro autônomo, diante da aproximação anormal do veículo à frente e não havendo nenhuma reação do condutor, o sistema de frenagem automático é acionado”.
E quando o assunto é segurança, outro que merece destaque é o RAV4, o SUV médio da Toyota, híbrido nas versões S e SX. Segundo o Programa de Avaliação de Carros Novos para América Latina e o Caribe (Latin NCAP), que oferece informação independente sobre os níveis de segurança de diferentes modelos de veículos no mercado, o RAV4 merece cinco estrelas. O modelo atingiu a nota máxima em proteção para adultos no banco dianteiro e crianças, no traseiro, com uso de assento de elevação (buster) ou cadeirinha. Além disso, os S e SX oferecem como itens de série sete airbags, controle de tração e estabilidade.
Apesar das novidades, não se pode esquecer de um outro modelo da Toyota: o Prius que popularizou o conceito de carro híbrido no país e o modelo do segmento mais vendido globalmente.
O modelo possui quatro modos de operação: Power, que privilegia mais o motor à gasolina; Eco, que privilegia mais o motor elétrico; Normal, que faz a mescla dos modos anteriores e o EV Mode, que usa exclusivamente o motor elétrico. Nos testes realizados pelo Canaltech, o modo eco surpreendeu: fez 20 km/l.
O maior teste, porém, parece ter sido feito por um grupo de 150 taxistas da capital que, desde 2013, já rodaram cerca de 800 mil quilômetros com o modelo.
Tales J. Mosca – gerente geral da concessionária Toyota Inter Japan – diz que as vantagens de um carro híbrido vão além do baixo consumo de combustível e do nível de emissão de gases nocivos à saúde. “Veículos movidos à energia elétrica ou híbridos são liberados do rodízio municipal e ainda têm 40% do valor do IPVA devolvidos pela prefeitura de São Paulo. Quem tinha um segundo veículo para uso nos dias de rodízio, troca dois carros por um”, diz.
E as baterias?
Nesse quesito, ainda há muito a discutir, seja em termos de eficiência, custo e a própria reciclagem, mas a velocidade das pesquisas nesse campo também tem surpreendido.
Os veículos estão inseridos numa revolução que envolve direção autônoma, conectividade, compartilhamento, internet das coisas e inteligência artificial que necessitam de baterias com maior capacidade. Além disso, elas precisam ser menores e melhores.
A solução do problema pode estar no grafeno, uma das formas cristalinas do carbono, assim como o diamante e o grafite. As baterias de grafeno armazenam 45% mais energia e recarregam cinco vezes mais rápido que as atuais de íons de lítio. Em breve, poderão ser usadas nos celulares e mais adiante em veículos.
Olhando para o futuro, imagina-se que será possível abastecer os veículos na própria casa. Pode parecer enredo de ficção científica, mas a tecnologia vem se aperfeiçoando. Somando prós e contras, ter um carro híbrido já é uma opção que merece ser considerada.
EDIÇÃO 65 NA ÍNTEGRA!
Veja essa matéria e muito mais
acessando a revista online!
Confira também a
EDIÇÃO ANTERIOR!
Clique aqui e leia online!